Andre Dahmer

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Natureza Morta

Como relembrar momentos fortes, estonteantes, capaz de fazer perder os sentidos vivos. Foi um pouco assim o sentimento frente a uma cena de um século distante que está sempre tão próximo da gente.

Difícil tentar fazer a leitura do dia, frente a uma realidade manicomial, homens e mulheres com traços estigmatizados, perambulando com o que é possível na sua subjetividade aprisionada por tanto tempo. Pensar como se senti ali, tentando se relacionar com pessoas com grave dependência institucional, fragilizados pelas correntes do abandono, institucionalizados e amarrados por uma organização que faz da sua ação o ganha pão, o seu lucro.

Natureza morta, assim, foi o sentimento junto aquele espaço, chapado pelas cores fortes, duras e estatizadas como na obra de Van Gogh.

O que estamos nós fazendo, enquanto profissionais, ou diria, nós cidadãos?


A cena vem freneticamente nos pensamentos, martelando a película da memória, daquela dureza de realidade. “Um pouco de possível, senão eu sufoco”.